sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

A caça de amor é de altanaria*

Temos, pois, a permissa de que a fealdade é poderoso e fidedigno filtro naquela caça tão especial. Sabendo que o homens são, por regra, criaturinhas sensoriais, institivas, baseadas nas pulsões imediatas, a ausência de harmonia física ou não cumprimento dos cânones vigentes que os olhos e o tacto alcancem, conduz, então, ao desinteresse, e vice-versa. Temos, assim, que uma feia amada ou objecto de paixão será a mais feliz das mulheres, pois que o sujeito activo de tal acto mais não poderá nela ver senão o que os cinco sentidos não alcançam - prova de verdadeiro sentimento. Às outras, resta o tragicómico condão de atraírem tudo quanto é portador de cromossoma y, tendo em consideração que os que realmente interessam são apenas 0,000000023% (como dizia o outro), e os restantes, são os restantes.


*lá dizia Gil Vicente, pelo menos na epígrafe de "Crónica de uma morte anunciada" de G. G. Marquez (não confundir com Gael Garcia Bernal, s.f.f.)

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